17/12/2016

Dobradinha: Blackfoot e Amaranthe


Como anunciado na página da Bíblia, este autor que vos fala irá fazer a tão amada e querida Retrô, edição 2016! Quem é leitor assíduo da Bíblia, já sabe do que a Retrô se trata, mas pra quem é leitor novo e não teve a oportunidade de verem a retrô acontecendo, e nem leu as versões antigas, aqui vai uma explicação: é uma série de artigos contendo várias resenhas de discos que foram lançados ao longo do ano anterior. E o passo a passo de confecção da Retrô é um negócio bem complicado:
  • Primeiro, o profeta procura quais foram os lançamentos do ano. Pra isso, ele 1) resgata da própria memória os álbuns que ouviu ao longo do ano, 2) consulta a lista que a Wikipedia estadunidense sempre faz de lançamentos do ano, e 3) faz uma pesquisa em sites/blogs de Rock e de downloads. Com essas informações, uma lista imensa de álbuns é preparada.
  • Segundo, pra não fazer um artigo gigantesco e infinito com dezenas de resenhas numa tacada só, o profeta separa as bandas por categorias, de acordo com seus subgêneros. Assim, cada subgênero tem seu próprio artigo.
    À propósito, por enquanto, só estão confirmadas duas categorias: a Ancient, que reúne bandas de Rock clássico (clássico clássico mesmo, daquele tipo que cheira a mofo), e a Greatest, que reúne os lançamentos que mais chamaram a atenção, os mais esperados, os mais comentados, os maiores dos maiores, independente do subgênero.
    É importante citar também que, pra poupar o trabalho do profeta, ele se recusa a resenhar mais do que 20 bandas pra cada estilo! Porque ele não é obrigado!
  • Terceiro, ele gasta até a última energia dos seus ouvidos pra escutar um monte de bandas. Essa etapa é feita simultaneamente ao...
  • Quarto passo, que é fazer as benditas resenhas. E nessa etapa, também é feito o trabalho de buscar informações adicionais, como os títulos das faixas, o processo por trás da composição do álbum, um breve histórico da banda, caso ninguém conheça ela, etc. E por fim, ainda há um...
  • Quinto passo, que é fazer modificações na lista, com a inclusão e retirada de bandas. Essas inclusões e retiradas são feitas por vários motivos que nem valem a pena serem citados, porque várias coisas podem acontecer, e cada caso e um caso.
Por exemplo, as bandas desta dobradinha foram retiradas da Retrô 2016 por motivos totalmente únicos, que você vai entender abaixo:


Blackfoot - Southern Native

Ano: 2016
Estilo: Hard Rock
Gravadora: Loud & Proud Records
Sobre a banda: Enquanto o profeta cumpria a quarta etapa pra resenhá-la, descobriu que ela já foi muito famosa na década de 70 e 80 tocando roque caipira Southern Rock, mas que agora, tá tocando Hard Rock. E descobriu também que ela teve o troca-troca de integrantes mais extremo do mundo, a ponto da sua formação atual não ter nenhum membro fundador! Bizarro, isso! A única vez que o profeta viu isso acontecendo, foi com o Stratovarius.
Por conta disso, ele pensou: "Será que eu pego o ônibus ou compro uma goiaba? vale a pena conferir esse disco? O intuito das Retrôs é o público conhecer bandas e acompanhá-las daqui pra frente, então dá pra confiar numa banda tão instável assim?".
Mas como ele estava precisando de bandas pra preencher a categoria Ancient costuma prestar mais atenção na obra da banda ao invés da própria banda (porque ela pode acabar depois, mudar de integrantes, enfim), o profeta quis dar um voto de confiança e deu uma conferida nesse troço.
Sobre o CD: Ele já tem o mérito de ser diferente por dois motivos: não tem um vocalista com voz de gralha, e não tem os clichês e padrões básicos do Hard Rock. Mas e as músicas, são boas? Sim, são. Menos a #3 e a #4, que são bem meia-boca. Mas fora elas, o álbum inteiro tem uma energia possante e envolvente, com peso e agilidade na medida certa pra nos deixar empolgados. E fica ainda melhor a partir da excelente balada "Take Me Home", pois as canções ficam ainda mais criativas e variadas, com levadas e sacadas diversas e inteligentes, que cativam do início ao fim. E o disco termina com "Diablo Loves Guitar", que é surpreendente por... não ter nada de Rock! É uma canção bem no estilo mexicano, com um violão e uma guitarra duelando pra ver quem tira o som mais bonito.
Enfim, "Southern Native" é um bom disco. Mas agora, você deve estar se perguntando: não está na Retrô 2016 por que?
É justamente porque essa banda parece ser muito instável, e este autor só quer indicar bandas com futuro garantido e promissor (ou que pareçam ter esse futuro). Em contrapartida, como o álbum é bom, vale a recomendação.
Faixas:
01. Need My Ride
02. Southern Native
03. Everyman
04. Call of a Hero
05. Take Me Home
06. Whiskey Train
07. Satisfied Man
08. Ohio
09. Love This Town
10. Diablo Loves Guitar



Amaranthe - Maximalism

Ano: 2016
Estilo: Rave Metal
Gravadora: Spinefarm
Sobre a banda: Ouvir Amaranthe sempre foi um exercício de mente aberta. E por mente aberta, este autor quer dizer "aceitar ouvir os estilos e sonoridades mais improváveis misturadas ao Metal". Nesse caso, o Amaranthe tem um vocal gutural, dois vocais limpos (feminino e masculino), peso e agilidade típicas do Metal, arranjos e notas luminosas, e por fim, sons eletrônicos. Tudo isso fez a banda ser rotulada como uma mistura de Power Metal com Death Metal Melódico com Metalcore com Metal Industrial com... Pop? Pois é, muita coisa. Mas seja lá qual for o estilo da banda, ela conquistou o gosto de muitos headbangers por aí com seu primeiro lançamento, e teve uma carreira incrivelmente sólida até hoje. Pelo menos até o momento...
Porque o disco "Amaranthe", de 2011, surgiu com essa mistura louca e agradou muita gente. "The Nexus", de 2013, já deu uma ligeira segurada no peso e agilidade, mas mantendo sua qualidade. Já "Massive Addictive" fugiu um pouco da agressividade e peso do Metal para focar mais em sonoridades melódicas, eletrônicas e pop. E agora...
Sobre o CD: "Maximalism" leva essa tendência de fugir do Metal ao extremo! Aqui vamos ouvir músicas mais melódicas e eletrônicas e com influências beeem mais Pop, e com menos peso e velocidade ainda. Ou seja, de Metal, esse disco tem... voz gutural... uma cozinha "pesada"... uma guitarra que só fica mais marcante em solos... e é basicamente isso! Pode-se dizer que esse é um disco de Extreme Europop, ou Eletro Hardcore, ou Pop Metal, ou Rave Metal, sei lá!
As primeiras quatro faixas são um tremendo susto, e o resto delas é tipo o disco anterior sendo revisitado e com mais liberdade pra mandar uns tuts tuts. O álbum também tem duas baladas, "Limitless" e "Endlessly", que são emocionantes. Aliás, todas as canções tem qualidade, são boas, poderosas e viciantes... se você curtir a pegada dele.
Caso curta, vai poder ouvir um som Pop eletrônico metalizado excelente, com músicas empolgantes e músicos que não perderam sua habilidade - especialmente Elize Ryd, com seus vocais sempre incríveis.
Masss, se não curtir, vai poder passar batido por "Maximalism", que não vai estar perdendo nada. E se você já conhecia a banda, esse disco pode sepultar o Amaranthe definitivamente pra você. E pode te causar UM POUQUINHO de interesse no futuro se, por acaso, o próximo disco for parecido com o primeiro álbum, NO MÍNIMO.
Bom, acho que nem precisa dizer porque raios esse disco tá fora da Retrô 2016, né?
Faixas:
01. Maximize
02. Boomerang
03. That Song
04. 21
05. On the Rocks
06. Limitless
07. Fury
08. Faster
09. Break Down and Cry
10. Supersonic
11. Fireball
12. Endlessly

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